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OHB é importante aliada na recuperação de atletas lesionados

Na última década, os esportes competitivos ganharam um significado totalmente novo, onde a intensidade aumentou junto à incidência de lesões aos atletas. Portanto, há uma grande necessidade de desenvolver tratamentos melhores e mais rápidos que permitam ao atleta lesionado retornar à competição mais rápido do que com o curso normal de reabilitação, com baixo risco de nova lesão.


A aplicação da Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) para o tratamento de lesões esportivas foi recentemente sugerida na literatura científica como uma modalidade de terapia tanto como tratamento primário quanto como adjuvante.


Atentos a esse tratamento, o Flamengo adquiriu a câmara hiperbárica para oferecer aos jogadores. A iniciativa, liderada pelo chefe do departamento Médico do clube Dr Márcio Tannure, busca oferecer um tratamento que permita aos atletas a redução da exaustão e recuperação mais rápida após os treinos e jogos intensos, também nos casos de lesões, contribui que o jogador retorne à competição mais rápido e com baixo risco de uma nova lesão.


No ano passado, o jogador de futebol Rafael Longuine realizou a OHB para tratar uma lesão muscular na coxa direita. O zagueiro Marquinhos, em 2014, utilizou a OHB no tratamento de uma lesão de grau 3 na coxa direita. O português Cristiano Ronaldo recorreu a sessões de OHB para se recuperar de uma lesão no joelho esquerdo em 2017. Para manter a boa forma física, o jogador Casemiro também investiu em sessões de oxigenoterapia hiperbárica. E o tenista sérvio Novak Djokovic levou para o US Open sua própria câmara hiperbárica.


Efeitos fisiológicos e terapêuticos da OHB


Em tecidos normais, a ação primária do oxigênio é causar vasoconstrição geral (especialmente nos rins, músculo esquelético, cérebro e pele), que provoca um 'efeito Robin Hood' através da redução do fluxo sanguíneo para o tecido bem oxigenado. A OHB proporciona não só um aumento significativo da disponibilidade de oxigênio em nível tecidual, como vasoconstrição hiperóxica seletiva e não hipóxica, ocorrendo predominantemente em nível de tecidos saudáveis, com redução do volume sanguíneo e edema de redistribuição por hipóxia tecidual periférica, que pode elevar os níveis de anti-efeitos isquêmicos e anti-hipóxicos nas extremidades devido a esse mecanismo fisiológico.


A OHB reduz o edema, em parte devido à vasoconstrição, em parte devido à melhora dos mecanismos de homeostase. Um alto gradiente de oxigênio é um estímulo potente para a angioneogênese, que tem uma contribuição importante na estimulação de processos reparativos e regenerativos em algumas doenças.


A OHB tem o efeito de inibir a adesão de leucócitos ao endotélio, diminuindo o dano tecidual, o que aumenta a motilidade dos leucócitos e melhora a microcirculação. Outro fator importante é a hipóxia. A hipóxia é o principal fator de estimulação da angiogênese. No entanto, a deposição de colágeno é aumentada pela hiperoxigenação, e é a matriz de colágeno que fornece suporte para o crescimento de novo leito capilar. Tratamentos diários de duas horas com OHB aparentemente são responsáveis ​​por estimular o oxigênio na síntese de colágeno, sendo as 22 horas restantes de hipóxia real ou relativa, em que o paciente não é submetido à OHB, os estímulos para a angiogênese.

Aplicações da OHB em medicina esportiva

Existem estudos referentes ao uso de OHB em atletas de alto nível como o caso da utilização da oxigenoterapia hiperbárica com método de recuperação para fadiga muscular durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Nagano. Neste experimento, sete atletas olímpicos receberam tratamento OHB por 30-40 minutos a 1,3 ATA com um máximo de seis tratamentos por atleta e uma média de dois. Verificou-se que todos os atletas se beneficiaram com o tratamento da OHB apresentando taxas de recuperação mais rápidas. Esses resultados são concordantes com outros estudos realizados que sugeriram que o ácido láctico e a amônia foram removidos mais rapidamente com o tratamento OHB levando a períodos de recuperação mais curtos.


Lesão por estiramento muscular


Em 1998, um estudo analisou se a OHB melhorava a recuperação funcional e morfológica após um alongamento muscular induzido controlado no músculo tibial anterior - unidade de tendão. Eles usaram um modelo de lesão em coelho e o grupo de tratamento foi submetido a um tratamento de 5 dias com oxigênio a 95% a 2,5 ATA por 60 minutos. Então, após 7 dias, esse grupo foi comparado com um grupo de controle que não foi submetido a tratamento de OHB. Os resultados sugeriram que a administração de OHB pode desempenhar um papel na aceleração da recuperação após lesão aguda de alongamento muscular.


Isquemia


Um estudo realizado em 1996 conclui que a OHB apresentava aspectos positivos por pelo menos 48 anos após a lesão grave, por elevar os níveis de compostos fosfatados de alta energia, o que indicava estimulação da oxidação aeróbica na mitocôndria. Isso mantém o transporte de íons e moléculas através da membrana celular e otimiza a possibilidade de preservação da estrutura da célula muscular.


Entorses de tornozelo


Em 1995, um estudo conduzido na Temple University sugeriu que os pacientes tratados com OHB retornaram aproximadamente 30% mais rápido do que o grupo de controle após entorse de tornozelo. Os autores afirmaram, entretanto, que houve uma grande variabilidade no desenho deste estudo devido à dificuldade em quantificar a severidade das entorses.


Em vários estudos já realizados, a localização da lesão parecia ter influência na eficácia do tratamento. Após a exposição à OHB, por exemplo, as lesões na barriga do músculo parecem ter menos benefícios do que as áreas de perfusão reduzida, como as junções músculo-tendão e ligamentos.


Com relação ao tratamento da OHB, ainda é necessário determinar as condições ideais para essas indicações ortopédicas, como a pressão atmosférica, a duração das sessões, a frequência das sessões e a duração do tratamento. As diferenças na magnitude da lesão e no tempo entre a lesão e o tratamento também podem afetar os resultados.

Estudos de lesões envolvendo ossos, músculos e ligamentos com tratamento de HBO parecem promissores. No entanto, eles são comparativamente escassos e a qualidade da evidência para a eficácia da OHB é baixa. As indicações ortopédicas para OHB tornar-se-ão mais bem definidas com o aperfeiçoamento das técnicas de medida direta das tensões de oxigênio nos tecidos e pressões do compartimento intramuscular. Apesar das evidências de resultados interessantes no tratamento de atletas de alto rendimento, esses tratamentos são multifatoriais e raramente são publicados.


Confira o estudo na íntegra aqui.

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